27/09/2012
MEU
FORTE É A VISÃO DE LONGE...
Em uma história com nomes fictícios, qualquer semelhança
será mera coincidência!
Em
nossas andanças por campos e quadras conhecemos inúmeras pessoas, algumas
trabalhando como nós, outras como admiradores do esporte, atletas, dirigentes,
torcedores, etc... Muitas vezes encontramos a mesma pessoa duas, três ou até
quatro vezes na mesma semana em cidades diferentes, quase sempre neste caso são
os árbitros de futsal, algumas vezes árbitros de campo.
E
nesse convívio semanal nas quadras, começam a surgir histórias de situações de
jogo, cornetas e até mesmo apelidos. Em uma das cornetas foi citado que está
circulando entre os árbitros um “bolão” com a seguinte dúvida: “quantas camisetas brancas do RSEsportes o
Alexandre (Batman) e o Itamar (Robin) tem? (
)Uma para cada um, ( ) duas para
cada um ou ( ) quatro para cada um? Mas, essa das
camisetas e os apelidos já é uma outra história.
Duas é certo....
O
título “meu forte é a visão de longe...”
é um dos causos contados por um destes árbitros, que aqui o chamaremos de o “Árbitro Pegador” o nome sugestivo foi
dado por um colega de profissão que não quis se identificar para evitar
represálias, claro que isso tudo em tom de brincadeira com muito bom humor.
Pois bem, vamos ao causo:
o Pegador
O Árbitro Pegador havia sido escalado
para apitar uma partida de futebol de campo da várzea de uma cidade da região
metropolitana, o jogo Íbis x Galak
(nomes fictícios), era a partida de volta das semifinais, pois no primeiro
confronto entre eles houve um empate em 0 a 0 e a decisão da vaga para a final
seria decidida neste segundo confronto, em caso de novo empate decisão por pênaltis.
Até aí tudo normal, era mais um dia de trabalho para o Árbitro Pegador, que
para ele indiferente do jogo ser com quem, contra quem, valendo ou não, a forma
de trabalho é sempre igual, como ele mesmo diz: “imparcialidade” é meu sobrenome.
Bom
primeiro “problema” o Secretário da
Liga Amadora havia esquecido de encaminhar toda a documentação para a
Prefeitura para receber aquela verba do Desporto que ajuda no pagamento das
despesas da competição. Com essa Cag... do Secretário não veio a bendita verba,
mas o Campeonato tinha que acontecer igual, fazer o que¿ O jeito é economizar
começando pelos Troféus, já não foram mais aqueles de um metro de altura e sim
os de 60 cm. Outra forma de economizar, sempre tem um “esperto” que fala na arbitragem, “...nosso Campeonato é tranqüilo não precisa Trio para os jogos, traz
só um “juiz” que já tá bom...” e
não é que seguiram á risca o “esperto”.
Aí
entra o Árbitro Pegador, jogo
pegado, lá no “suvaco da cobra’,
torcida cheia de elogios parta os adversários, e claro, para o árbitro também.
O Pegador ali, sozinho dentro de campo sem auxiliares, 16 cartões amarelos
distribuídos, nenhuma expulsão, ele comandando o espetáculo até que, aos 42
min. do 2º tempo o volante Catatau(5) do Íbis saindo com a bola dominada, no
meio campo, e o Pegador ali á 4 metros do lance, acompanhando tudo bem de
perto. Pois não é que o volante deu bobeira e perdeu a bola pro Nicolau (camisa 8 do Galak, canhoto, habilidoso, fazia lançamento de 20,30,40,50 metros com
perfeição).
O
Nicolau(8) pegou a bola e fez o que sabia de melhor, fez um lançamento de 30
metros na direção da área do Íbis, e a bola caiu certinho no pé do Paulinho
Lambirú(7) (baixinho, magro, veloz,mas muito veloz, tão veloz que achavam que
era primo do Heuler, o filho do vento). A jogada foi tão rápida que o Pegador
não teve tempo de acompanhar, além da velocidade da jogada já eram 42 do
segundo e o Pegador tava ali sozinho dentro de campo. E não é que quando o
Paulinho Lambirú dominou a bola dentro da área, o Bica(3) zagueirão do Íbis (um
negão de 1,92 de altura, o número da chuteira era 45, trabalhava de carcereiro
no presídio e tinha outro apelido também, chamavam ele de “negão morcilha”)
veio e deu um rapa no Paulinho, mas aqueles “bonito de se ver” e o Pegador lá
no meio de campo, todo mundo olhou pra ele e ele: “...segue que não pegou, levanta e vamos jogar...”
A
torcida do Galak enlouqueceu e gritava “filho
da fruta” e coisa e tal, o time do Galak todo em volta dele e ele
irredutível: “...não foi nada e sai se
não coloco pra rua...”, quando havia acalmado tudo, o Paulinho chegou no
Pegador e disse: “como é que tu vai
enxergar alguma coisa daqui do meio de campo, pô...”, eis que veio a
resposta do Pegador: “meu forte é a
visão de longe, de perto é que eu enxergo mal...”.
Após
o ocorrido o jogo transcorreu normal até o final dos descontos no mesmo 0 a 0 e
nas cobranças de pênaltis valeu aquele ditado “Deus ajuda a quem trabalha” o Galak venceu por 5 a 4 e garantiu
vaga para a final do varzeano.
Texto: www.rsesportes.com.br