17/10/2012
O
QUE VALE É O DEDÃO...
Em uma história com nomes fictícios, qualquer semelhança
será mera coincidência!
Esse
é mais um dos causos que escutamos por aí em nossas andanças nas quadras e
campos de futebol. Só para lembrar que usamos nomes fictícios para preservar
moralmente as pessoas envolvidas neste causo. Sem contar que estamos “vendendo o peixe que nos venderam”,
então a situação da “verdade” ou “inverdade” neste causo ficará a cargo
de cada leitor.
O “Maguila”, esse apelido é por que antes
de se tornar árbitro de futebol ele tentou ser “pugilista” ou bem no popular “lutador
de boxe”. Começou a treinar por conta, ainda adolescente, tinha lá seus 14
anos. Lá na vila tinha o apelido de “seco”
de tão magro que era. Mas, jurava que ia ficar forte por que a mãe sempre dava
pra ele tomar o tal do “Biotônico
Fontoura”. Sabe que ele até que era meio parecido com o cara da “propaganda do Sadol”.
O Cara do Sadol
Um
belo dia o Maguila pegou um saco vazio
de farinha lá na padaria do seu João e encheu de areia. Bom a complicação já
começou aí, por que pra erguer esse bendito saco no galho do abacateiro nos
fundos de casa já foi uma briga, se não fosse o “Tim Maia” e o “Nego”
ajudar o saco estaria até agora lá, no chão. Bom, “saco erguido” o negócio era começar a treinar. O Maguila veio com “sede ao pote” e fincou o braço no “saco de farinha/areia”, bã, já de cara ele machucou os dedos (as
juntas ficaram todas furadas da areia). Mas, ele não se deu por vencido, correu
lá dentro e pegou um par de meias “carpim”.
Pra fazer de luvas, pra variar as meias estavam furadas, e deu bem certinho por
que o furo era nos calcanhares e na luva de boxe o dedão fica separado dos
outros dedos.
Maguila aos 14 anos
Agora
sim tudo pronto, vamos lá começar o treino, dois soquinhos aqui, mais
dois ali, e o Maguila se
empolgou e foi meter um “diébi cruzado”
na altura das costelas (igual o Rock Balboa fazia nos filmes do Rock), o
problema foi que ele esqueceu o dedão aberto de fora da “luva/meia” e pronto, quebrou o dedão. Foi aquela gritaria: ai,ai,ai,ai,ai...
Levaram
o Maguila dentro da TL do seu Valdemar para o hospital. O troço foi tão feio que ele ficou 06 meses com gesso e quando tirou
o dedão ficou “meio bambo” que se ele empurrasse o dedão pra trás quase conseguia encostá-lo no antebraço dele mesmo.
06 meses na moleza
Com
a carreira de pugilista encerrada prematuramente, o Maguila resolveu que teria que tomar um novo rumo. Como ele não
tinha aquela intimidade com esportes, pois era bem descoordenado. Resolveu
seguir os passos do seu pai. Seu Véras,
um árbitro conceituado da várzea. Quando seu Véras apitava não havia reclamação, por que ele nunca errou em um
jogo, já havia se enganado algumas vezes, mas errado jamais.
Seu Véras
Bom,
voltando ao Maguila, ele começou a
observar melhor os jogos em que o seu Véras
apitava e aos poucos foi pegando gosto pela coisa. Começou a apitar uns
amistosos da gurizada da vila, ás vezes passava a noite no ginásio do sindicato
apitando os horários. Tudo isso servindo de laboratório para um dia chegar ao
nível do seu Véras.
Maguila pronto pra começar a nova carreira
Quatro
anos de laboratório até que chegou o grande dia. Jogo do 2º quadro da várzea
entre Esperança x São Borja, no
campo do Esperança lá na chácara da prefeitura (uma área verde que foi invadida
e acabou virando Vila Esperança). Esse
era o palco da estréia e quem sabe o início de uma carreira promissora para o Maguila. Como não poderia ser diferente
seu Véras foi lá olhar o jogo do
filhote, e para que ele não ficasse encabulado o seu Véras ficou atrás do gol do São Borja, bem no meio da “urubuzada” (aqueles caras que ficam
atrás do gol, “urubuzando”, não
entendem nada de futebol e ainda ficam enchendo o saco do goleiro).
A urubuzada pronta par olhar o jogo
Já
no primeiro lance de jogo o atacante do Esperança entrou na área, adiantou a
bola e quando o zagueirão do São Borja chegou junto com ele, “bingo”, o atacante do Esperança foi ao
chão. O Maguila sem pestanejar, em um único silvo do apito, correu em direção
ao meio da área com o braço esticado e a mão aberta apontando para a marca do
pênalti. Nesse instante o Maguila olhou para o seu Véras com aquele olhar de quem diz: “Eu sou o melhor do melhor do
mundo no apito!”
Aquele olhar
Foi
nesse instante que o seu Véras com
toda a sua sabedoria e experiência que a vida lhe proporcionou. Bem
discretamente balançou a cabeça com um sinal de negativo. Nesse instante o
Maguila chegou até próximo da marca do pênalti e virou para o outro lado
dizendo: ...aqui, falta pra lá por
simulação e amarelo pro Senhor...,
dando um cartão amarelo para o atacante do Esperança. O bixo pegou pro lado do Maguila, reclamação e empurrão de tudo
quanto era lado, nisso o atacante falou: ...mas professor, o senhor veio lá de fora da área com a mão apontando pra marca do pênalti e mudou de
opinião do nada?
Pressão pegando pra cima do Maguila
Nessa hora o Maguila falou alto e em bom tom:
Não
mudei de opinião não, é que pra mim "o que vale é o dedão.”
Texto: www.rsesportes.com.br
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